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Infecção urinária atinge uma em cada três mulheres ao longo da vida

A infecção urinária virou tema de preocupação e polêmica recentemente após a repercussão nacional gerada pela morte da modelo capixaba Mariana Bridi. A modelo morreu devido a um choque séptico que evolui a partir de uma infecção urinária. Para o urologista e diretor clínico do Hospital e Maternidade São Camilo Pompéia, Adriano Francisco Cardoso Pinto, a infecção urinária deve ser levada a sério, mas não há motivo para pânico.O médico esclarece que a infecção urinária é comum entre as mulheres – acomete uma em cada três mulheres no decorrer da vida – e tem tratamento simples, feito à base de antibióticos.

“Em determinadas etapas da vida, as infecções urinárias são mais comuns entre as mulheres. Na infância, a infecção acontece devido a problemas de higiene em decorrência do uso de fraldas e da contaminação da uretra pelo material fecal, quando a criança passa a utilizar o banheiro sozinha. Na adolescência, a infecção está relacionada à atividade sexual, em situações que envolvem corrimento vaginal e sexo anal sem proteção. Já entre os 50 e 60 anos de idade, a infecção urinária acontece em decorrência das alterações hormonais do climatério. Durante a menopausa, a mulher perde hormônios e com eles a imunidade até então conferida ao sistema genital”, afirma Dr. Cardoso.

É imprescindível que a pessoa com suspeita de infecção urinária procure um médico logo após o surgimento dos primeiros sintomas. Os sintomas, entretanto, variam de acordo com os locais ou órgãos atacados pela bactéria.

Sintomas
Segundo o urologista da Rede São Camilo, quando a infecção está localizada na bexiga, apresenta os seguintes sintomas:
– Dor e ardor para urinar
– Aumento da freqüência miccional (a pessoa vai várias vezes ao banheiro)
– Inversão do padrão (a pessoa começa a urinar mais à noite)
– Urgência miccional (paciente não consegue segurar a vontade de urinar)
– Eventual sangramento no final da micção

Já quando a infecção passa a transitar por órgãos sólidos, como o rim ou as cavidades renais, pode apresentar febre. No rim ou na próstata, também pode causar dor abdominal.

Causas
Diversos tipos de bactérias são responsáveis pela infecção urinária. Os mais freqüentes são os germes advindos do tubo digestivo, que habitam o canal anal. Entre eles, a bactéria mais comum é a Escherichia Coli, um germe intestinal.

A contaminação acontece quando a bactéria, que está em um meio externo, adentra o sistema urinário, em geral, pela uretra. Em crianças, os casos mais recorrentes acontecem devido à higiene inadequada após o uso do sanitário. E em adultos, devido à contaminação durante relação sexual ou em decorrência de corrimento vaginal. “Toda situação que expuser o sistema urinário a bactérias pode favorecer a entrada desses germes”, conta Dr. Cardoso.

Existem ainda situações que favorecem a manutenção das bactérias no sistema urinário: cálculos, estreitamento do canal urinário, malformações congênitas, tumores, diabetes e outros. Nestas situações, o processo infeccioso pode se perpetuar, gerando infecções crônicas.

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito a partir de um exame de urina e cultura, onde se verifica respectivamente o aumento dos glóbulos brancos no sistema urinário e se identifica o germe que está causando o dano.

Nos casos mais simples, em que a infecção é superficial, ou seja, a bactéria entra na bexiga, mas não penetra os tecidos – fica dentro da cavidade que contém a urina -, o tratamento é mais simples, feito à base de antibióticos, com duração de aproximadamente uma semana.

Quando a bactéria é invasiva, há necessidade de internação. “Isto acontece quando a bactéria é mais agressiva e em pessoas com imunidade mais baixa. A bactéria vai para o sangue e se dissemina por outros órgãos. Se existirem doenças associadas, como aids, diabetes ou insuficiência renal, que baixam a imunidade da pessoa, o quadro se agrava e facilita a propagação da bactéria para outros estágios de infecção”, explica o médico.

Para evitar o agravamento do caso, Dr. Cardoso recomenda que a pessoa procure um médico tão logo surjam os primeiros sintomas e faça uso correto da medicação. “Se a pessoa não tomar o medicamento conforme a receita prescrita, a bactéria se torna resistente ao tratamento. Como conseqüência, a infecção pode se tornar crônica, um problema que atinge cerca de 15% das pacientes com infecção urinária”, alerta.

Infecção generalizada
De acordo com o Dr. Cardoso, casos como o da modelo Mariana Bridi são exceções. No entanto, o médico é enfático ao afirmar que toda infecção urinária pode ser causadora de sepse (infecção generalizada).

“Com o tratamento de forma adequada e em tempo correto, nenhuma dessas sepses evolui para óbito ou lesão mais agressiva. Na Rede São Camilo, por exemplo, temos um protocolo que prevê a internação do paciente com qualquer quadro de suspeita infecciosa. Este sistema minimiza o risco de evolução para a sepse e para a morte”, afirma.